Biografia de FÉLICITÉ ROBERT DE LAMENNAIS 1782-1854
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Nascido em uma família burguesa, em 19 de junho de 1782, em Saint-Malo, na França, foi brilhante escritor, tornando-se uma figura influente e controversa na história da Igreja francesa.
Com seu irmão Jean, concebeu a idéia de reviver o Catolicismo Romano como uma chave para a regeneração social. Chegaram a esboçar um programa de reforma em sua obra : Reflexões do estado da Igreja…, no ano de 1808.
Cinco anos mais tarde, no auge do conflito entre Napoleão e o Papado, os irmãos produziram uma defesa do Ultramontanismo (Doutrina e política dos católicos franceses que buscavam inspiração na Cúria Romana, defendendo a autoridade absoluta do Papa em matéria de fé e disciplina). Este livro valeu a Lamennais um conflito com o Imperador, ocasionando sua fuga para a Inglaterra, rapidamente, no ano de 1815.
Um ano depois, com seus 34 anos de idade, Lamennais retorna a Paris e é ordenado padre. Escritor fluente, político e filósofo, ele se esforçava para combinar a política liberal com o Catolicismo Romano, depois da Revolução Francesa. Por isso, já em 1817 publicou “Ensaios sobre a indiferença em matéria de religião considerada em suas relações com a ordem política e civil”, além de uma tradução da “Imitação de Jesus Cristo”. O Ensaio lhe valeu fama imediata.
Nele, Lamennais argumentava a respeito da necessidade da religião, baseando seus apelos na autoridade da tradição e a razão geral da Humanidade, em vez do individualismo do julgamento privado. Embora advogasse o Ultramontanismo na esfera religiosa, em suas crenças políticas era um liberal que advogava a separação do Estado da Igreja, a liberdade de consciência, educação e imprensa.
Depois da revolução de julho, em 1830, Lamennais, junto com Henri Lacordaire (Os expoentes da Codificação XVIII) e Charles de Montalembert, além de um grupo entusiástico de escritores do Catolicismo Romano Liberal, fundou o jornal “L’Avenir”. Neste jornal diário, defendia Lamennais os princípios democráticos, a separação da Igreja do Estado, criando embaraços para si tanto com a hierarquia eclesiástica francesa quanto com o governo do rei Luís Felipe.
O Papa Gregório XVI desautorizou as opiniões de Lamennais na Encíclica Mirari vos, em agosto de 1831. A partir de então, Lamennais passa a atacar o Papado e as monarquias européias, escrevendo o famoso poema “Palavras de um crente”, condenado na Encíclica papal Singulari vos, em julho de 1834. O resultado foi a exclusão de Lamennais da Igreja.
Incansável, ele se devotou à causa do povo, colocando sua caneta a serviço do republicanismo e do socialismo.
Escreveu trabalhos como “O Livro do Povo “(1838) , “Os afazeres de Roma” e “Esboço de uma Filosofia”. Chegou a ser condenado à prisão mas, já em 1848 foi eleito para a Assembléia Nacional, aposentando-se em 1851.
Por ocasião de sua morte, em Paris, em 27 de fevereiro de 1854, não desejando se reconciliar com a Igreja, foi sepultado em uma cova de indigente.
No Mundo Espiritual, não permaneceu ocioso, eis que em O Livro dos Espíritos, na pergunta de número 1009, se encontra uma mensagem de sua lavra, ilustrando a resposta. Nela, revela os traços da sua fé, concitando as criaturas a aproximar-se do bom pastor e do Pai Criador, combatendo com vigor a crença das penas eternas.
Na mensagem que assina em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, item 15, ele se revela o ser compassivo, que conclama as criaturas a obedecer a voz do coração, oferecendo, se for necessário, a própria pela vida de um malfeitor.